Monday, April 30, 2012

"Não canse quem te quer bem"

Você é reativo ou pro-ativo?

Edição 1663 - Publicado em 17/Agosto/2002 - Página A2


Qualquer ser humano é reativo, ou seja, age de acordo com as circunstâncias ao seu redor. Por exemplo, se está com fome, procura comer. Se está com sono, procura dormir etc. O mesmo é verdade na busca de soluções para seus problemas, isto é, ele procura reagir diante dos problemas que enfrenta buscando soluções para eles.

Como dito antes, isso é próprio do ser humano e nenhum mortal comum deixa de ser reativo ao longo de sua vida. No entanto, o grande diferencial do budismo talvez seja o fato de ser uma filosofia que prega o pro-ativismo, procurando desenvolver em cada pessoa a sabedoria que a conduz para uma vida de realizações, independentemente de ela estar passando ou não por problemas.

As atividades da SGI estão repletas de oportunidades que comprovam essa afirmação. Por exemplo, quantas vezes não se fazem recomendações — antes mesmo que os problemas surjam —, como “cuidar da saúde para não ficar doente”, “dirigir com cuidado para evitar acidentes”, “estudar com afinco para garantir um futuro melhor”, “esforçar-se no trabalho”, “ser uma pessoa digna de confiança” e assim por diante?

Pode-se dizer que, na verdade, um budista é uma pessoa com uma grande capacidade pro-ativa e que usa sua sabedoria na vida cotidiana, comprovando que o budismo realmente se manifesta na vida diária.

Contudo — e aqui vai o mote deste artigo — é também importante ser pro-ativo em situações em que aparentemente é difícil. Por exemplo: Como ser pro-ativo na comunidade? Como proferir uma orientação pro-ativa? Como fazer uma visita individual pro-ativa? Como realizar uma reunião de palestra pro-ativa? A questão é deixar de agir apenas quando surgem problemas ou dificuldades e, desta forma, agir justamente para evitar que eles ocorram, ao mesmo tempo que se busca um desenvolvimento contínuo.

O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, afirmou recentemente a respeito de agir mesmo quando se conquistam vitórias: “Em uma batalha, é necessário ser pro-ativo. São esses os segredos de um líder sempre vitorioso e são também os princípios eternos e universais da vitória. O presidente Toda dizia: ‘Quando vencemos, a tendência é plantar as sementes da futura derrota. Ao contrário, quando perdemos, podemos criar a causa para a vitória futura.’ Ele sempre nos advertia, dizendo: ‘Vocês devem manter a guarda, mesmo depois de uma vitória.’ Quando somos vitoriosos é que devemos reconstruir a organização e solidificar nossa própria base.” (Brasil Seikyo, edição no 1.635, 12 de janeiro de 2002, pág. A3.)

Como se vê, a sabedoria budista não é apenas a capacidade de uma pessoa de reagir eficientemente diante de circunstâncias adversas, é também, e principalmente, o exercício constante dessa filosofia, de forma que a pessoa possa agir de maneira pro-ativa nas diversas situações, criando ondas de contínuo desenvolvimento.