23/03/2009 - 06h22
Radiohead toca para 30 mil pessoas no encerramento do Just a Fest em São Paulo
PEDRO CARVALHO
Colaboração para o UOL
Dezesseis anos depois do lançamento de seu álbum de estréia, "Pablo Honey", o Radiohead fez na noite deste domingo (22) seu primeiro show paulistano para um público de 30 mil pessoas no festival Just a Fest.
Responsável pelo encerramento da programação que também contou com Los Hermanos e Kraftwerk, a banda britânica cativou a gigantesca platéia durante as duas horas e quinze minutos da apresentação iniciada às 22h.
Alem do repertório bem escolhido, que teve sucessos como "Karma Police", "Fake Plastic Trees" e "Creep", e material do álbum mais recente, "In Rainbows", o show teve como maiores destaques a qualidade do som, ainda melhor do que nas atrações anteriores, e o impressionante trabalho de iluminação.
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Fazendo jus ao nome do álbum "In Rainbows" ("Em Arco-íris", em Português), as luzes, assim como as imagens no telão, mudavam de cor seguindo a ordem das cores do arco-íris e criando efeitos como a simulação de gotas de chuva caindo enquanto o vocalista Thom Yorke cantava "rain down on me" ("chova sobre mim"), durante "Paranoid Android", do aclamado álbum "Ok Computer" (1997).
Assim como nos dois primeiros shows da noite, o público se manteve comportado durante a maior parte da longa apresentação. Exceto pelos sucessos mais marcantes, via-se pouca movimentação em frente ao palco e mesmo a cantoria não era lá muito frequente. O que não quer dizer o Radiohead não agradou. Pelo contrário, o clima silencioso indicava uma mistura de perplexidade e fascinação diante do carisma atormentado de Thom Yorke e da musicalidade da banda.
Nas músicas de "In Rainbows", marcadas pelos arranjos elaborados, ficava clara a versatilidade e competência dos músicos, que ao vivo soam como uma banda de rock progressivo dos anos 70, mas em versão despida de ego e hippismo exarcebados.
Mesmo com momentos vibrantes no decorrer da apresentação, a platéia só mostrou toda sua força na dobradinha das já clássicas, "Paranoid Android" e "Fake Plastic Trees". Esta última, como uma espécie de "Stairway to Heaven" para a geração indie, transformou a Chácara do Jóquei" num mar de luzes de câmeras digitais e telefones celulares, levantados no lugar dos tradicionais isqueiros, que durante décadas iluminaram baladas em shows de rock.
Depois de mais duas horas de show e agradecimentos de joelhos por parte de Yorke, o Radiohead fez que ia encerrar a noite com "Everything in its Right Place". A essa altura, já depois da meia-noite, parte do público começou a deixar o local. A maioria que, apesar da hora, preferiu esperar pelo bis foi recompensada com o primeiro sucesso da banda, "Creep", single de 1992.
Após ver quase 30 mil fãs entoando a canção a plenos pulmões no momento mais emocionante do show, o Radiohead deixou o palco à 0h15. O que se seguiu foi uma espécie de repetição em menor escala da caótica saída do show do Iron Maiden uma semana antes.
Com um corredor longo e estreito servindo como única saída para a multidão, engarrafamento nas redondezas e falta de opções de transporte adequadas, a dificuldade em deixar o local foi, mais uma vez, um encerramento pouco condizente ao show musicalmente irrepreensível e, até aí, sem maiores contratempos logísticos.
Radiohead
Chácara do Jóquei, São Paulo, Brazil
March, 22, 2009
15 Step
There There
The National Anthem
All I Need
Pyramid Song
Karma Police
Nude
Weird Fishes/Arpeggi
The Gloaming
Talk Show Host
Optimistic
Faust Arp
Jigsaw Falling Into Place
Idioteque
Climbing Up The Walls
Exit Music (For A Film)
Bodysnatchers
Encore 1
Videotape
Paranoid Android
Fake Plastic Trees
Lucky
Reckoner
Encore 2
House of Cards
You and Whose Army
Everything In Its Right Place
Encore 3
Creep
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